Guardara em sua mochila todos os seus pertences íntimos, toda sua via cabia ali. Tudo o que havia recolhido de sua casa antes de fugir para viver um grande amor. Na garganta um nó lhe prendia a voz e os olhos fixos em uma fotografia denunciavam o sentimento de abandono que sentira. Naquele momento não valia a pena gritar, chorar, espernear, só lhe restava juntar os cacos e viver a sua dor em companhia daquela fotografia. Era hora de voltar pra casa dos pais e para uma dura realidade. A solidão a esperava e o desespero lhe fechava as portas. Não acreditava mais no amor verdadeiro e em seu coração ficou as marcas da ingratidão de quem fora, por muito tempo, o sentido de sua existência. Ao caminhar até a porta de saída, o cheiro do amor de ontem estava no ar e as lagrimas caíram mesmo sem fazerem grande estardalhaço. Fechar a porta e deixar sua historia para trás foi a atitude mais dolorosa que precisara tomar naquele momento e a passos lentos procurou a saída. Em sua mente, flashes de bons momentos e uma única certeza, não voltaria a amar outra vez...
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